sexta-feira, 6 de maio de 2011

02 de Maio de 2011

Ai de mim se não fosse as belas artes
Se não houvesse noites plangentes de boemia e viola
Ai de mim se não fosse os amores desgarrados
Máculas nos lençóis amarrotados
Licorosos deleites
Ai de mim se não habitasse nessa selva de pedra
Aqui onde as surpresas são constantes
Fosse eu um desbravante e mudasse para solo insólito
Saberia que onde há desventura está também a vaidade
Onde se pregoam cristos sai dali também guerreiros
Se soubesse que de tão perto há frivolidade de vista
E pusesse a caminho de estepes ermas
Quisá sairia de si um vulcão de incandescente ferve
Bastaria uma resma de flores, uma luz de briho opaco
Que seja, mas não há em tanta megasolidão nem vento que derrube são.
Nem aurora despontou, já bravos desembanham espadas
Nem zéfiros rumam pro leste  abelhas zumzumbizam das zonas
Dizendo assim como de doce canto e milífluo discursar
Sai de dentro um anjo branco, não sentia o salpicar
Que de caridoso passou a despertar
De desordeiro aprendeu a esperar
De amplo foco de lente perspicaz começou a ajustar
De sem jeito postou o capuz de capataz
Nem férvido nem milagroso, passou de ante para trás
Dia-a-dia, degrau após degrau passou de verde
Amadureceu
Rasgou as vestes, ralou árduo nos campos
Rompeu duras verdades, Sangrou sob o sol.

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