domingo, 30 de janeiro de 2011

"São os únicos versos que se conhecem de um condenado à morte no reinado da Rainha Elizabeth I, com o estranho nome de Chidiock Tichborne, e que ele mandou à mulher na véspera de sua execução (tinha 28 anos de idade)"

Meu ápice da juventude é a geada do zelo,
Meu banquete de alegria é um prato de dor,
Minha safra de milho não é mais que um campo de rasgos.
E todos os meus bens não são mais que ganho de esperanças vãs.
Findou-se o dia; passou sem sol.
Vivo, sem vida.

Meu canto foi ouvido e ainda não foi dito.
Meu fruto está caído, minhas folhas ainda verdes.
Minha juventude está gasta, ainda não evelheci.
Vi o mundo, ainda não fui visto.
Meu fio está cortado, ainda não espanou.
E vivo, sem vida.

Vira minha morte e a encontrei em meu ventre.
Busquei pela vida e vi que era sombra.
Andei pela terra e reconheci meu túmulo.
E agora eu morro, e agora tudo está consumado.
Meu copo está cheio, meu copo tranbordou.
E vivo, sem vida.

Transcriado por Marina, André, Carina e Nego.

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